O Projeto Identidade originou-se do olhar sobre as crianças, uma turma de 1 a 2 anos, e a relação do comportamento delas com a teoria de Henry Wallon. "Para que se consolidem as etapas de identificação e apropriação do eu corporal, é necessário ainda que a criança estabeleça relação entre a sua pessoa e a sua imagem. (...) Reconhecer a sua imagem refletida no espelho é uma conquista importante no ambito cognitivo pois revela a compreensão de que sua imagem pertence ao plano da representação, integrando sensação, percepção e imagem de si." Considerando a resposta imediata das crianças para a música criou-se uma rede entre as dimensões a serem desenvolvidas. A música "Dorotéia Centopéia" foi cantada algumas vezes e logo as crianças já imitavam o som dos bichinhos. Para que conseguissem compreender o que é um trem(como diz a letra) um trenzinho de brinquedo foi apresentado. Dramatizamos a música com os bichinhos nas janelas (foto), e o trem circulou de mão em mão para brincar. Um grande trem em papel craft foi colocado sobre o espelho. As janelas foram recortadas de forma que as crianças precisassem levantar para ver a imagem. Pintaram o trem com canetas hidrocor. Conforme manuseavam as janelas foram rasgando e então foram retiradas. As crianças começaram a observar no espelhoas imagens refletidas de mochilas, mesas, cadeiras, brinquedos e os amigos. E vendo o outro é que foram se dando conta da própria imagem. Beijando, lambendo, gesticulando, fazendo caretas e olhando o outro ao seu lado como referncia. A minha intervenção chegava verbalizando aquilo que a criança parecia estar tentando compreender. Citando o nome do colega e o nome da criança e o nome meu proprio nome. Fotografias grandes, em A4 foram exploradas na roda e cada um foi reconhecido pelos grupo. As mesmas fotos em tamanho menor foram colocadas sobre o trem favorecendo a relação entre a imagem no espelho e a imagem impressa. Dias depois cada foto foi colocada num vagão de trem e unidas por um cordão fazendo alusão a um grupo onde cada qual era uma parte dele. A dimensão motora contemplada nos movimentos, inclusive nos menos perceptiveis como a expressão do rosto ao se dar conta de que aquela imagem que via no espelho era a sua, na dimensão afetiva com ênfase no sentimento de pertença e autoestima, a dimensão cognitva nas percepções, no pensamento lógico, no conhecimento fisico. Essas dimensões integradas resultaram no desenvolvimento do processo de reconhecimento de si e do outro, na separação do eu e do outro, transformando radicalmente o comportamento das crianças. A autonomia, linguagem, relações intra e interpessoais. De tudo, os objetivos nos quais acredito ser sempre o melhor de todos para qualquer situação : autoestima elevada, pertença, conhecimento e reconhecimento de si, por si mesmo e pelo outro. Em Bons Livros está a bibliorafia relacionada.
Maria Helena, estou achando otimo como é bom abrir e ver tantas coisa boas. Parabéns!!!!!!!
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