Desde muito cedo a criança observa formas. Através da visão e do tato percebe o mundo, o ambiente, as pessoas, os objetos e tudo o que está a sua volta, que de qualquer forma exibem formas variadas que vão enriquecendo os sentidos da criança. A representação dessas percepções tem no desenho uma das maneiras de expressão. Essa capacidade evolui gradativamente conforme a criança descobre as possibilidades de fazê-lo nas oportunidades que lhe são oferecidas ao longo do seu desenvolvimento. A dimensão motora sempre foi alvo de preocupação por parte dos professores que preparam as crianças para a escola e os exercícios estereotipados do tipo passar cima, repetir formas em zigue zague, uma linha interia de emes grudados um ao outro, pintar desenhos xerocados cheios de detalhes, fazer bolinhas de papel crepon e colar sobre desenhos ou letras prontas são uma constante. E de tanto olhar as formas perfeitas dos desenhos que um adulto fez, sabe-se lá com que recursos, a criança se pega comparando a sua própria produção com as copias. Esse movimento todo vai minando a expressão própria e natural da criança inibindo a auto confiança, a auto estima, os valores dos traços que são seus e que por mais que ela se esforce não ficam perfeitos como os que a professora gosta de oferecer e que provavelmente são os que admira e valoriza. Em pouco tempo vai dizer que não sabe desenhar, que será o mesmo que dizer “não sei fazer bonito como as cópias”. E negando as suas potencialidades a si mesma, vai negar ao mundo as suas autorias, pior, vai negar a si mesma. A possibilidade não pode ser negada à criança, mas também não pode fazer parte do cotidiano. O desenho para a criança é onde ela imprime as suas marcas, a sua evolutiva no traço, as suas descobertas de variadas formas de flores, imaginadas com coloridos inéditos, a representação do seu pensamento, o registro de suas vivencias.
O desenho é a ilustração de um passeio no sítio de uma das crianças de uma turma de cinco anos. Os desenhos da turma foram xerocados antes da pintura e disponibilizados no espaço de arte. Observando o desenho é possivel ver a infinidade de exercicios de coodenação motora necessários até a finalização. As arvores de formas e tamanhos variados, os personagens caracterizados, a pintura, as cenas vividas. Não há estereotio de desenho que pudesse conter todas essas informações, que são pessoais e vividas .
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