15 de junho de 2011

Desenho Infantil

 
 “Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observa-la enquanto brinca: o brilho nos olhos, a mudança de expressão no rosto, a movimentação do corpo Estar atento à maneira como desenha o seu espaço, aprender a ler a maneira como escreve a sua historia. O que é preciso considerar diante de uma criança que desenha é aquilo que ela pretende fazer: contar-nos uma historia e nada menor que uma historia, mas devemos também reconhecer, nesta intenção, os múltiplos caminhos de que ela se serve para exprimir aos outros a marca dos seus desejos, de seus conflitos e receios”.E cada um vai fazê-lo a sua maneira, conforme as suas experiencias de ver e olhar o mundo a sua volta.


. “É seu o desenho da sua pipa, o risco da amarelinha, o castelo de areia, as estradas por onde passam os seus carrinhos, a planta da sua casinha.”
“É desenho a maneira como organiza as pedras e folhas ao redor do castelo de areia, ou como organiza as panelinhas, os pratos, as colheres na brincadeira de casinha. Entendendo por desenho o traço no papel ou em qualquer superfície, mas também a maneira como a criança concebe o seu espaço de jogo com os materiais de que dispõe.”



Sendo apreciadora das brincadeiras livres em espaços diversificados dentro ou fora da sala, onde a ação da criança não é direcionada pela ação do adulto concordo que “Observando a brincadeira livre das crianças pode-se notar diferenças individuais na maneira de dispor seus brinquedos no espaço. Na maneira de desenhar o seu espaço.” Penso ainda que ali estão oportunidades de construção de valores, de conhecimento a cerca de si e do outro, e conhecendo o outro conhece mais a   respeito de si. Ali também podem estar soluções para os conflitos intra e interelacionais.



“ A criança desenha para falar dos seus medos, suas descobertas, suas alegrias e tristezas”, e vendo dessa maneira, também dos seus valores, da sua cultura, dos seus afetos enfim, que neles ela se coloca inteira ampliamos o olhar, a escuta sobre ela sendo alem de professores, educadores estando atentos, pois “Se a criança desenha para contar sua historia, encontramos também a criança que não desenha para não contar”. E isto me faz lembrar as segundas feiras, “Vamos todos desenhar o que fizemos no final de semana”, e no dia das mães as mães, d no dia dos Pais os pais, e no natal um presente. E o que se comentou sobre a criança que “colou” a ideia do amigo, ou que se negou a desenhar !!! E sobre aquelas que desenham muito aquém do que seria possível, na idade em que está ! 
É urgente olhar com mais admiração a ação das crianças concentradas no parque enfeitando bolos com as folhas e amêndoas caídas das árvores, valorizar a vela colocada no bolo de areia, os tamanhos e formas diversas de resolver situações, os desenhos no rolamento de pneus, os desenhos feitos com o dedo na areia e pensar em ofertas “descompromissadas” para colaborar a disposição das crianças ao invés de direcionar-lhe a mente também nos momentos de brincar. O desenho incentivado, oportunizado sempre, diariamente.


Dois desenhos. Com planejamento, projeto e execução. Intrinsecos os valores, o conhecimento de si e a superação dos limites.


















As citações entre aspas são de Ana Angelica Albano Moreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário