A dinâmica organizacional do processo de acolhida das crianças pode ser construída na prática com avaliação constante dos aspectos positivos e negativos desse período que inicia no primeiro contato da família com a instituição já que estes segmentos são complementares.
Na efetivação da matricula os pais devem ser orientados sobre esse período e a importância dele para os pais, para os professores e principalmente para a criança com boa base de argumentação.
Uma entrevista entre professores e pais ou responsáveis com perguntas especificas relacionadas a faixa etária pela qual é responsável com o objetivo de estabelecer maior conhecimento entre ambos melhorando a confiança e o relacionamento instituição / família nesse momento de transição em que as ações de ambos devem estar conectadas para o bem estar da criança.
Zulma de Oliverira (2002, p. 176) diz que: “Para trabalhar de modo produtivo no estabelecimento de uma aproximação com as famílias os professores de creches e pré escolas devem considerar que a família nuclear típica da cultura burguesa não é, hoje, a única referencia existente.” A convivência com diferentes composições familiares casais separados, homossexuais, avós, uniões informais, pais adolescentes, famílias monoparentais é cada vez mais frequente e da mesma forma não são destituídas do seu papel no cuidado e educação das crianças.
Entende-se que o acolhimento esta posto para todos: família, funcionários, professores e crianças durante todo o ano. Seja à criança que entra pela primeira vez na instituição, seja após as férias do ano letivo ou as férias do pai ou da mãe, seja pela ausência imposta por um imprevisto ou por um período de doença sua ou de pessoa próxima e mesmo a cada dia. Ser acolhido, sentir-se acolhido relaciona-se ao afeto, ao sentimento intimo de estar bem no ambiente e nas relações estabelecidas. No entanto, o período mais crítico da separação criança/família, o momento em que pais, criança e instituição se preparam para o ingresso nesses primeiros dias será o alvo dessa discussão.
Strenzel (2000, p.3) “Inserção, ingresso, acolhida, não é uma questão de adaptação no sentido de modulação, que considera a criança como um sujeito passivo que se submete, se acomoda se enquadra a uma dada situação. È um momento fundamental e delicado que não pode ser considerado como simples aceitação de um ambiente desconhecido e de separação da mãe ou de uma figura familiar, ou de fazer a criança parar de chorar.”
Assim sendo, o desafio se traduz em diluir ao máximo quaisquer ranhuras para as partes envolvidas nesse processo. Acredita-se que a construção de relações positivas, de confiança possam minimizar a culpalização, o medo e a insegurança dos pais quando tem que delegar a outro o cuidado e educação dos filhos ainda tão pequenos embora isso lhes traga as recompensas do trabalho. Dessa mesma forma prima-se por evitar o stress do professor logo no inicio do ano letivo, mas é principalmente pela integridade da criança que se busca organizar da melhor maneira a trajetória do acolhimento.
STRENZEL, Giandréa Reuss. Tempo de chegada na creche: conhecendo-se e fazendo-se conhecer. In: Revista Zero a Seis. Seção Cotidiano na Educação Infantil. n. 6, ago/dez 2002.
OLIVEIRA, Zilma M. Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos.SP: Cortez, 2002.
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